sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

E A FAMÍLIA VAI BEM?

          Ao assistir estes vídeos pensei que muita gente pode estar vivendo coisas semelhantes em alguma área de seu relacionamento familiar,será muito bom você assistir e de repente ser ajudado.então vamos la.                                             

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

RESORT OQUE É?

   



Resort é basicamente um hotel de lazer, localizado fora dos centros urbanos, com áreas próprias para a prática de esportes ou algum tipo de atividade para os hóspedes, quer seja uma opção de entretenimento, relaxamento ou recreação.
                                                                                                                                                                  Por aliar características de hotel e de clube, o resort é, em geral, muito procurado nos feriados e temporadas de férias, podendo oferecer, por exemplo, um contato mais estreito com a natureza, como no caso dos ecoresorts, além de variadas opções, tais como degustações de vinhos ou de gastronomia.     Em geral, o hotel que é resort costuma trabalhar com o sistema all-inclusive, a chamada pensão completa, onde o preço da estadia paga pelo hóspede inclui tudo o que o estabelecimento oferece. No entanto, antes de confirmar a hospedagem, é sempre importante saber todos os serviços incluídos no pacote contratado.        

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

sábado, 25 de dezembro de 2010

NATAL

  Feliz natal para todos,natal é tempo de festa. Temos o natal do comércio onde compramos e vendemos,brindamos,brincamos e presenteamos,temos o natal de CRISTO JESUS O MESSIAS FILHO DE DEUS que veio ao mundo e morreu para se cumprir as escrituras como foi prometido no livro de Génesis e nos dar o prazer de sermos salvos, veio nos dar exemplo e morrer por nossos pecados.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

E POR FALAR EM MÚSICA

Por Lindomar da Silva AraujoPodemos dizer que a “Música” é a arte de combinar os sons e o silêncio. Se pararmos para perceber os sons que estão a nossa volta, concluiremos que a música é parte integrante da nossa vida, ela é nossa criação quando cantamos, batucamos ou ligamos um rádio ou TV. Hoje a música se faz presente em todas as mídias, pois ela é uma linguagem de comunicação universal, é utilizada como forma de “sensibilizar” o outro para uma causa de terceiro, porém esta causa vai variar de acordo com a intenção de quem a pretende, seja ela para vender um produto, ajudar o próximo, para fins religiosos, para protestar, intensificar noticiário, etc.
A música existe e sempre existiu como produção cultural, pois de acordo com estudos científicos, desde que o ser humano começou a se organizar em tribos primitivas pela África, a música era parte integrante do cotidiano dessas pessoas. Acredita-se que a música tenha surgido a 50.000 anos, onde as primeiras manifestações tenham sido feitas no continente africano, expandindo-se pelo mundo com o dispersar da raça humana pelo planeta. A música, ao ser produzida e/ou reproduzida, é influenciada diretamente pela organização sociocultural e econômica local, contando ainda com as características climáticas e o acesso tecnológico que envolvem toda a relação com a linguagem musical. A música possui a capacidade estética de traduzir os sentimentos, atitudes e valores culturais de um povo ou nação. A música é uma linguagem local e global.
Na pré-história o ser humano já produzia uma forma de música que lhe era essencial, pois sua produção cultural constituída de utensílios para serem utilizados no dia-a-dia, não lhe bastava, era na arte que o ser humano encontrava campo fértil para projetar seus desejos, medos, e outras sensações que fugiam a razão. Diferentes fontes arqueológicas, em pinturas, gravuras e esculturas, apresentam imagens de músicos, instrumentos e dançarinos em ação, no entanto não é conhecida a forma como esses instrumentos musicais eram produzidos.
Das grandes civilizações do mundo antigo, foram encontrados vestígios da existência de instrumentos musicais em diferentes formas de documentos. Os sumérios, que tiveram o auge de sua cultura na bacia mesopotâmia a milhares de anos antes de Cristo, utilizavam em sua liturgia, hinos e cantos salmodiados, influenciando as culturas babilônica, caldéia, e judaica, que mais tarde se instalaram naquela região.
A cultura egípcia, por volta de 4.000 anos a.C., alcançou um nível elevado de expressão musical, pois era um território que preservava a agricultura e este costume levava às cerimônias religiosas, onde as pessoas batiam espécies de discos e paus uns contra os outros, utilizavam harpas, percussão, diferentes formas de flautas e também cantavam. Os sacerdotes treinavam os coros para os rituais sagrados nos grandes templos. Era costume militar a utilização de trompetes e tambores nas solenidades oficiais.
Na Ásia, a 3.000 a.C., a música se desenvolvia com expressividade nas culturas chinesa e indiana. Os chineses acreditavam no poder mágico da música, como um espelho fiel da ordem universal. A “cítara” era o instrumento mais utilizado pelos músicos chineses, este era formado por um conjunto de flautas e percussão. A música chinesa utilizava uma escala pentatônica (cinco sons). Já na Índia, por volta de 800 anos a.C., a música era considerada extremamente vital. Possuíam uma música sistematizada em tons e semitons, e não utilizavam notas musicais, cujo sistema denominava-se “ragas”, que permitiam o músico utilizar uma nota e exigia que omitisse outra.
A teoria musical só começou a ser elaborada no século V a.C., na Antiguidade Clássica. São poucas as peças musicais que ainda existem deste período, e a maioria são gregas. Na Grécia a representação musical era feita com letras do alfabeto, formando “tetracordes” (quatro sons) com essas letras. Foram os filósofos gregos que criaram a teoria mais elaborada para a linguagem musical na Antiguidade. Pitágoras acreditava que a música e a matemática formavam a chave para os segredos do mundo, que o universo cantava, justificando a importância da música na dança, na tragédia e nos cultos gregos.
É de conhecimento histórico que os romanos se apropriaram da maioria das teorias e técnicas artísticas gregas e no âmbito da música não é diferente, mas nos deixaram de herança um instrumento denominado “trompete reto”, que eles chamavam de “tuba”. O uso do “hydraulis”, o primeiro órgão cujos tubos eram pressionado pela água, era freqüente.
Hoje é possível dividir a história da música em períodos específicos, principalmente quando pretendemos abordar a história da música ocidental, porém é preciso ficar claro que este processo de fragmentação da história não é tão simples, pois a passagem de um período para o outro é gradual, lento e com sobreposição. Por volta do século V, a igreja católica começava a dominar a Europa, investindo nas “Cruzadas Santas” e outras providências, que mais tarde veio denominar de “Idade das Trevas” (primeiro período da Idade Média) esse seu período de poder.
A Igreja, durante a Idade Média, ditou as regras culturais, sociais e políticas de toda a Europa, com isto interferindo na produção musical daquele momento. A música “monofônica” (que possui uma única linha melódica), sacra ou profana, é a mais antiga que conhecemos, é denominada de “Cantochão”, porém a música utilizada nas cerimônias católicas era o “canto gregoriano”. O canto gregoriano foi criado antes do nascimento de Jesus Cristo, pois ele era cantado nas sinagogas e países do Oriente Médio. Por volta do século VI a Igreja Cristã fez do canto gregoriano elemento essencial para o culto. O nome é uma homenagem ao Papa Gregório I (540-604), que fez uma coleção de peças cantadas e as publicou em dois livros: Antiphonarium e as Graduale Romanum. No século IX começa a se desenvolver o “Organum”, que são as primeiras músicas polifônicas com duas ou mais linhas melódicas. Mais tarde, no século XII, um grupo de compositores da Escola de Notre Dame reelaboraram novas partituras de Organum, tendo chegado até nós os nomes de dois compositores: Léonin e Pérotin. He also began the “Schola Cantorum” that gave great development to the Gregorian chant.
A música renascentista data do século XIV, período em que os artistas pretendiam compor uma música mais universal, buscando se distanciarem das práticas da igreja. Havia um encantamento pela sonoridade polifônica, pela possibilidade de variação melódica. A polifonia valorizava a técnica que era desenvolvida e aperfeiçoada, característica do Renascimento. Neste período, surgem as seguintes músicas vocais profanas: a “frótola”, o “Lied” alemão, o Villancico”, e o “Madrigal” italiano. O “Madrigal” é uma forma de composição que possui uma música para cada frase do texto, usando o contraponto e a imitação.
Os compositores escreviam madrigais em sua própria língua, em vez de usar o latim. O madrigal é para ser cantado por duas, três ou quatro pessoas. Um dos maiores compositores de madrigal elisabetano foi Thomas Weelkes.
Após a música renascentista, no século XVII, surgiu a “Música Barroca” e teve seu esplendor por todo o século XVIII. Era uma música de conteúdo dramático e muito elaborado. Neste período estava surgindo a ópera musical. Na França os principais compositores de ópera eram Lully, que trabalhava para Luis XIV, e Rameau. Na Itália, o compositor “Antonio Vivaldi” chega ao auge com suas obras barrocas, e na Inglaterra, “Haëndel” compõe vários gêneros de música, se dedicando ainda aos “oratórios” com brilhantismo. Na Alemanha, “Johann Sebastian Bach” torna-se o maior representante da música barroca.
A “Música Clássica” é o estilo posterior ao Barroco. O termo “clássico” deriva do latim “classicus”, que significa cidadão da mais alta classe. Este período da música é marcado pelas composições de Haydn, Mozart e Beethoven (em suas composições iniciais). Neste momento surgem diversas novidades, como a orquestra que toma forma e começa a ser valorizada. As composições para instrumentos, pela primeira vez na história da música, passam a ser mais importantes que as compostas para canto, surgindo a “música para piano”. A “Sonata”, que vem do verbo sonare (soar) é uma obra em diversos movimentos para um ou dois instrumentos. A “Sinfonia” significa soar em conjunto, uma espécie de sonata para orquestra. A sinfonia clássica é dividida em movimentos. Os músicos que aperfeiçoaram e enriqueceram a sinfonia clássica foram Haydn e Mozart. O “Concerto” é outra forma de composição surgida no período clássico, ele apresenta uma espécie de luta entre o solo instrumental e a orquestra. No período Clássico da música, os maiores compositores de Óperas foram Gluck e Mozart.
Enquanto os compositores clássicos buscavam um equilíbrio entre a estrutura formal e a expressividade, os compositores do “Romantismo” pretendem maior liberdade da estrutura da forma e de concepção musical, valorizando a intensidade e o vigor da emoção, revelando os pensamentos e sentimentos mais profundos. É neste período que a emoção humana é demonstrada de forma extrema. O Romantismo inicia pela figura de Beethoven e passa por compositores como Chopin, Schumann, Wagner, Verdi, Tchaikovsky, R. Strauss, entre outros. O romantismo rendeu frutos na música, como o “Nacionalismo” musical, estilo pelo qual os compositores buscavam expressar de diversas maneiras os sentimentos de seu povo, estudando a cultura popular de seu país e aproveitando música folclórica em suas composições. A valsa do estilo vienense de Johann Strauss é um típico exemplo da música nacionalista. No Brasil, Villa Lobos é nosso maior representante.
O século XX é marcado por uma série de novas tendências e técnicas musicais, no entanto torna-se imprudente rotular criações que ainda encontra-se em curso. Porém algumas tendências e técnicas importantes já se estabeleceram no decorrer do século XX. São elas: Impressionismo, Nacionalismo do século XX, Influências jazzísticas, Politonalidade, Atonalidade, Expressionismo, Pontilhismo, Serialismo, Neoclassicismo, Microtonalidade, Música concreta, Música eletrônica, Serialismo total, e Música Aleatória. Isto sem contar na especificidade de cada cultura. Há também os músicos que criaram um estilo característico e pessoal, não se inserindo em classificações ou rótulos, restando-lhes apenas o adicional “tradicionalista”.
Fontes
BENNETT, Roy. Uma breve história da música.Rio de Janeiro: Zahar, 1986.
COLL, César, TEBEROSKY, Ana. Aprendendo Arte. São Paulo: Ática, 2000

MAVERICK

ASCENSÃO, QUEDA E REDENÇÃO
Símbolo de status. Objeto de desejo. Beberrão. Obsoleto. Renegado. Marginalizado. Esquecido. Raro. Cult. Cobiçado.
O lendário Ford Maverick.
 Altos e baixos marcaram sua história, que foi, acima de tudo, de sobrevivência.

Foto de época, divulgação oficial do lançamento do Ford Maverick brasileiro

Seu lançamento causou furor no mercado automobilístico nacional e na imprensa especializada da época, onde a algum tempo já se cogitava que o Ford Maverick poderia ser produzido no Brasil.

Quando isso realmente se tornou realidade o entusiasmo era palpável: “De linhas caracteristicamente americanas, o Maverick chega a lembrar o Mustang da Ford, só que em escala menor. (...) No geral agrada, especialmente o GT, com suas rodas maiores, mais harmônicas”.
 A mesma revista Quatro Rodas, apenas três anos depois, afirma que, no quesito “estilo”, o Maverick GT “também já está ficando ultrapassado, devido ao uso de muita cor preta”.
Em 1978, a reportagem já deixa quaisquer sutilezas de lado para comentar a aparência da versão Super: “O desenho do carro é antigo e ultrapassado, aliviado pelas rodas e pneus largos e pela ausência de muitos frisos”.
De fato, em seu tempo, o Ford Maverick brasileiro obteve sucesso efêmero. Idealizado para ocupar um vácuo na linha de veículos da Ford, sua missão principal era dar combate ao bem-sucedido Opala da GM.
Outro objetivo dos executivos da empresa era fustigar a linha Dodge da Chrysler, sabidamente de nível superior.

Em abril de 1979, o último Ford Maverick produzido no Brasil, saia de fábrica, e dava fim ao primeiro perído da vida desse automóvel.
Por que a empolgação com o carro, tanto da mídia quanto do público, esmoreceu tão rapidamente?
Por que um dos maiores clássicos nacionais da atualidade não obteve êxito no mercado brasileiro em sua época?
Como um automóvel fracassado comercialmente, desperta tamanho interesse e admiração nos dias atuais?
Durante a década de setenta, o Maverick não obteve êxito em cativar o público, na verdade, os apreciadores do modelo que representava um esportivo impetuoso e potente sempre existiram, mas, a proposta original da Ford do Brasil não era exatamente criar um nicho exclusivo para um pequeno grupo de aficionados.
A idéia era estabelecer uma forte posição no mercado de carros médios, coisa que a fábrica não dispunha na época e, para isso, apostou todas as fichas no Maverick.
Ele seria o automóvel para brigar com o Opala por esta fatia do mercado; a ambição era consolidá-lo como um carro versátil, interessante tanto para a família quanto para o público que apreciava carros esporte. De fato, neste período, havia uma grande rivalidade e competição entre o Dodge Charger, Opala SS e Maverick GT.
Uma vez que o desempenho dos três praticamente se equivalia, a decisão de compra residia basicamente no gosto pessoal do consumidor. Neste aspecto, portanto, a versão GT cumpriu plenamente seu papel. Em um cenário de vertiginosa alta dos preços da gasolina, suas dificuldades de comercialização eram as mesmas enfrentadas pelos outros automóveis equipados com motores potentes da época (a família Galaxie; Dodge Dart, Charger e Magnum; Opala e Caravan seis cilindros). Entretanto, o mesmo não se pode dizer do restante da linha.
O Maverick seis cilindros mostrou-se um retumbante fracasso na medida em que deixava o carro totalmente desprovido de uma proposta coerente: não era referência de desempenho, muito menos um carro econômico para o uso diário. Este equívoco foi tão grave que a imagem de toda linha ficaria prejudicada.
Posteriormente, mesmo a introdução do moderno propulsor de quatro cilindros não foi suficiente para reverter o processo. Outras características também contribuíam para inviabilizar a pretensão dos executivos da Ford de fazer do Maverick um concorrente sério no mercado de médios.
No Brasil, ao invés de se contentar em lançar apenas o Maverick V8, a Ford buscou, forçosamente, imprimir uma versatilidade que o carro simplesmente não podia apresentar. Se o Maverick fracassou comercialmente, tal fato deveu-se exatamente à tentativa de usar a mesma plataforma para ser em um automóvel esportivo, familiar e econômico. As limitações são óbvias. Seu espaço interno era muito pequeno, o carro era muito pesado para ser realmente econômico com motor de quatro cilindros, o acabamento interno era inferior aos seus equivalentes, entre outras coisas.
Para o mercado brasileiro, o Maverick deveria ter sido lançado, inicialmente, apenas na versão V8, para depois contar com a possibilidade de introdução do 2.3 OHC.
O lançamento atabalhoado do modelo equipado com o motor 184 de seis cilindros acabou fazendo uma grande injustiça ao carro.
Assim como alguns artistas, que só alcançaram o pleno reconhecimento após a morte, “em vida”, o Maverick teve uma trajetória controversa.

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O FIM DA INTRIGA INTERNACIONAL
Curiosamente, nos EUA, devido às peculiaridades daquele mercado, o carro foi concebido para concorrer com o Volkswagen Fusca, e outros importados de pequeno porte.
Ao custo de cem milhões de dólares, foi um grande projeto da Ford, sem nenhuma garantia prévia de sucesso.

Foi produzido entre 1969 e 1977, deixando a expressiva marca de 2.586.675 unidades produzidas.

O verdadeiro anti-Fusca!
Capa da revista POPULAR MECHANICS - Agosto de 1969


Prometendo a mesma economia e mais desempenho
que os importados populares da época - revista Ford Time, 1969

Ao custo inicial de cerca de dois mil dólares, recorreu ao apelo popular, e utilizava em suas campanhas publicitárias a imagem do cowboy, destacando suas características genuinamente americanas, e a liberdade em seu estilo de vida, e consequentemente, de escolha.
Seria basicamente uma opção barata aos compactos importados, com o diferencial de oferecer o característico design em fastback, tão em moda na época.
Em outras palavras, o consumidor tinha a opção de ter na sua garagem uma divertida e despojada versão do Mustang, ao invés de algum pequeno carro europeu ou asiático de mesmo valor.


Propaganda do Maverick americano, 1970

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A FÓRMULA CONTRA A ROTINA
No Brasil, foi lançado em maio de 1973, ano em que a primeira crise do petróleo praticamente encerrava uma era da indústria automobilística mundial.


Propagandas em revistas da época destacavam os modelos e suas qualidades

Por aqui, havia inicialmente três versões: Super, Super Luxo e GT.
As duas primeiras eram equipadas, de série, com o antigo e problemático motor 184 de seis cilindros em linha, 3016 cc e 112 HP (SAE). O GT, por outro lado, até 1976,
só conhecia o lendário 302 de oito cilindros dispostos em “V”, 4.950 cc e 197 HP (SAE). Importado dos EUA, era o mesmo motor utilizado em algumas versões do Mustang.
A desinformação que se seguiu após o encerramento da produção disseminou alguns mitos sobre o carro.
Um dos mais populares afirma que o 302 era exclusivo do GT.

Infelizmente, não se dispõe de dados sobre a quantidade total de Mavericks que saíram de fábrica com o propulsor de oito cilindros, mas é indiscutível que este motor poderia equipar qualquer versão do carro, como opcional, à pedido do cliente.
Em verdade, muitos consumidores de perfil mais conservador não apreciavam a característica decoração da versão GT, preferindo a Super ou a Super Luxo equipada com o motor de oito cilindros.
Havia ainda a preferência de alguns pelo modelo de quatro portas, disponível à partir de novembro de 1973, também equipados com o motor V8.
Além disso, vários destes Mavericks V8 contavam com um opcional exclusivo: a transmissão automática.
Enquanto o small block importado dos EUA encantava os brasileiros pelo seu funcionamento macio, torque generoso e forte desempenho, o 184 herdado do antigo Aero-Willys (a Ford havia adquirido a Willys Overland do Brasil em 1968) desagradava gregos e troianos. A Ford reformulou o motor para aplicação no Maverick, mas alguns problemas crônicos ainda o perseguiam. O mais notório dizia respeito à refrigeração do último cilindro, que demandou um condenável improviso: uma mangueira externa foi introduzida para a passagem de água, e evitava que o motor esquentasse a ponto de fundir, após rodar algumas dezenas de metros.
Para piorar, havia ainda o problema do alto consumo de combustível do seis cilindros. Entregava um desempenho muito inferior, mas gastava praticamente tanto quanto o V8. Isso foi suficiente para criar, em pouco tempo, uma imagem bastante desfavorável à linha Maverick, pois a grande maioria das versões comercializadas até aquele momento consistia das versões Super e Super Luxo equipadas com o seis cilindros. É interessante notar que a poderosa associação estabelecida posteriormente no imaginário popular entre o carro e consumo exagerado deveu-se não ao motor V8 (que equipou uma pequena parcela dos 108.106 Mavericks produzidos), mas ao 184.
De volta à década de 70, percebe-se que a causa desta fama pode ser atribuída à desastrada adoção do 184 de seis cilindros como principal motor do Maverick.
Uma pesquisa realizada pela Revista Quatro Rodas, em fins de 1974, evidenciou o descontentamento dos proprietários. “O motor de seis cilindros não tem arranque, desregula depois de rodar dois mil quilômetros e gasta muita gasolina” dizia um deles. Liderando as queixas específicas mais citadas estava exatamente o “alto consumo de gasolina” (47%). Este fator era o que mais pesava para os donos que afirmaram que não comprariam o Maverick novamente. Do total de entrevistados, apenas 43% declarou que compraria outro no futuro. Contudo, constatou-se também o maior apelo do carro junto ao público: 95% dos proprietários consideravam a estética do Maverick boa ou ótima.
A Ford apressou-se na tentativa de corrigir o erro do 184 com o lançamento do moderno motor Georgia, de quatro cilindros, em 1975. O propulsor desenvolvia 99 HP (SAE) a 5.400 RPM e contava com 2.300 cm3 de cilindrada total. O “Maverick 4” apresentava melhor performance,bem como, maior economia que seu predecessor.
Todavia, a reputação do carro já estava manchada, e apesar de uma discreta melhora nas vendas, o desempenho comercial do Maverick continuava aquém das expectativas dos executivos da Ford.


O motor Ford 2.3 OHC de 4 cilindros:  moderno e econômico.


Em 1977, o projeto ganhou um pouco de fôlego com uma série de modificações estéticas e mecânicas. A segunda fase de produção incorporou algumas melhorias que deixaram o carro mais interessante. No acabamento externo, todas as versões recebiam novas calotas, grades e lanterna traseiras. Internamente, a linha recebia bancos redesenhados, com regulagem milimétrica de encosto, assim como novas teclas de controle de farol e limpador de pára-brisa.
O Maverick GT passava a ostentar faixas ligeiramente diferentes e, como principal modificação no visual, havia um novo capô com falsas entradas de ar. Surgia também a versão LDO, que se distinguia das demais por frisos e refletores laterais exclusivos, além de acabamento interno mais refinado, geralmente combinando tons beges e marrons.



Propaganda oficial do lançamento da linha Maverick 1977


Outra novidade foi o lançamento do Maverick quatro cilindros automático. Essa versão, raríssima atualmente, ao contrário dos Maverick V8 equipados com este tipo de transmissão, contava com uma bela alavanca de mudanças no console. Reside aí outro ponto nebuloso da história do carro. Aparentemente, todos os Maverick V8 automáticos (tanto brasileiros quanto norte-americanos) possuíam a alavanca na coluna de direção, independente do ano de fabricação. Com o tempo, alguns proprietários passaram a usar o conjunto de trambulador do quatro cilindros automático para substituir os controles na coluna.

Não é de se espantar que, passados tantos anos, a adaptação passasse a ser considerada como “original de fábrica” ou “opcional” para os modelos produzidos à partir de 1977, fato que, certamente, nunca ocorreu.
Antes disso, indiscutivelmente, só havia Maverick automático equipado com o motor 302 V8, com a alavanca do câmbio montada na coluna de direção.

Não existem informações oficiais acerca da distribuição dos motores disponíveis para a linha (2.3 OHC e 302 V8) entre os carros produzidos. Entretanto, sem sombra de dúvida, o propulsor de quatro cilindros equipava a grande maioria dos Mavericks produzidos neste período. Na verdade, o motor de oito cilindros, de 1977 em diante, era um opcional, mesmo para a versão GT.
De qualquer forma, o Maverick continuava sem dar sinais contundentes de viabilidade comercial. Apesar das melhorias proporcionadas, o carro não conseguiu interromper o ritmo crescente de queda nas vendas. Após o pico máximo de produção em 1974 (34.770 unidades comercializadas), a cada ano o número de veículos vendidos decresceu até atingir a pífia marca de 4.757 em 1978.
Em abril do ano seguinte, encerrava-se o projeto outrora ambicioso: o Ford Maverick saia de linha, finalizando-se a produção de 1979, com meros 1.034 carros produzidos.

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A ERA DAS TREVAS
O verdadeiro ocaso veio algum tempo após o encerramento da produção; seguiu-se uma longa e escura noite para os Mavericks.
A segunda crise do petróleo estremecia novamente a economia mundial.

No front doméstico, a crise da dívida externa agravava ainda mais a situação. A década perdida estava apenas começando.
Nesta época, o preço de revenda de carros como o Maverick despencou a níveis ridiculamente baixos. Se o consumo era proibitivo, a manutenção tornou-se complicada com o fim da produção. Acostumado a freqüentar as amplas garagens de seus proprietários de classe média e alta, o Maverick passou a migrar para as ruas dos subúrbios e periferias dos grandes centros. A reputação agora era outra, era de carro marginalizado, mal-cuidado, esquecido.
Restava, porém, um pequeno lampejo dos bons tempos: alguns proprietários com iniciação nas corridas ainda o inscreviam em competições automotivas, mas a grande maioria da frota remanescente lentamente desaparecia em meio ao inexorável processo de desvalorização e abandono.
A dificuldade de obtenção de peças de reposição, levava à canibalização de modelos íntegros e a descaracterização generalizada.

Desmanches e prensas engoliram literalmente milhares de Mavericks.
Quando havia uma colisão, por exemplo frontal, procurava-se um carro que sofrera uma colisão traseira, cortava-se os dois ao meio, e enxertava-se, pra fazer apenas um.

Relatos do período informam que era relativamente comum a substituição do soberbo 302 V8 por motores de quatro cilindros, sendo que vários destes eram, para horror dos puristas, oriundos do antigo rival, o Opala. Tudo em busca de economia.

Poucos proprietários — como se esperassem por dias melhores — ainda mantinham seus Mavericks em condições impecáveis.


Difícil acreditar, mas são dois carros diferentes, um é o cofre do motor, o outro a parte traseira.

Esta situação perdurou por quase duas décadas até que, discretamente, o Maverick começou a retomar seu antigo brilho.


O Maverick dominava as pistas nas décadas de 70 e 80


O antigomobilismo começou a ganhar espaço no Brasil com a proliferação de encontros e publicações especializadas, e no despertar do século XXI, o Ford Maverick era um espécime raro na fauna automobilística nacional. De fato, o modelo havia praticamente desaparecido das ruas e passou a ser extremamente valorizado por colecionadores de carros antigos.
O legítimo Maverick GT V8 passou então a receber cotações estratosféricas no mercado de autos clássicos.


Raro registro de um grupo de Mavericks no autódromo de Interlagos em 1989
Um dos poucos clubes que se esforçavam para manter a memória do carro era o 468 Maverick Club de São Paulo

Outro fenômeno que também contribuiu para o resgate do carro foi o estabelecimento de diversas oficinas de preparação de motores, amparadas por novas tecnologias e filosofias de trabalho. Com o devido suporte de peças e know-how estrangeiros, os profissionais da área passaram a modernizar a mecânica de carros antigos, principalmente daqueles que, aqui no Brasil, são considerados muscle cars.


O Maverick BERTA-HOLLYWOOD ajudou a manter viva a lenda nas pistas brasileiras

No final, pode-se dizer que a revolução digital, a abertura dos mercados e o próprio processo de globalização favoreceram enormemente o surgimento de diversos grupos de aficionados por antigomobilismo e/ou alta performance que, por sua vez, apoiaram a vasta estrutura que hoje alimenta ambas as indústrias. Se antes não havia manuais técnicos, experiência disponível, ou serviços especializados na área de reparação e restauração automotiva, hoje existem as condições mínimas necessárias para a correta manutenção e atualização de automóveis do passado. Assim, da mesma forma como o Ford Maverick tornou-se um dos carros antigos nacionais mais cobiçados entre os colecionadores, também passou a ser um dos preferidos para preparação de motores desta nova geração de mecânicos e técnicos.
Como não existe almoço grátis, do abandono à valorização, houve um processo inflacionário de tudo relacionado ao carro. Hoje, peças originais difíceis de serem encontradas são vendidas a peso de ouro. Mas como houve um grande interesse pelo Maverick nos últimos anos, infelizmente o número de carros e peças disponíveis é muito menor que a quantidade de pessoas que os disputam no mercado.
Atualmente, quem tem Maverick sabe o que significa rodar com o carro nas ruas: as pessoas olham admiradas, curiosas, nostálgicas e surpresas em vê-lo novamente.
O certo é que poucos ficam indiferentes à presença dele.
É preciso ter uma boa dose de paciência para responder todas as perguntas, e ouvir os comentários dos que não se contentam apenas em observá-lo.


3º Encontro Maverick Clube Do Brasil em Interlagos, Março de 2009
Mais de 25 Mavericks se reuniram no templo do automobilismo

Hoje, o significado do Maverick corresponde à sua verdadeira vocação, um carro que insiste em ser um estranho no ninho, que se coloca fora dos padrões e clichês tradicionais de um mercado repleto de monotonia e modismos duvidosos.
Ele, finalmente, ocupa o posto que lhe foi negado no passado.
O Ford Maverick é um ícone renegado, um belo clássico mal-compreendido, que deixou tanto seus antigos concorrentes, quanto os modernos esnobes de agora, à sombra de seu brilho ofuscante e irresistível.

O CONTRA BAIXO

Os ancestrais ou parentes mais próximos de vários dos instrumentos musicais de hoje podem ser traçados com certa precisão. Já para os instrumentos de arco, como o violino ou o violoncelo, são muitas as dificuldades em se estabelecer quando eles apareceram. O contrabaixo e outros instrumentos com este tipo de função também se encontram neste caso.
As origens do contrabaixo remontam à cinzenta Idade Média. Descendente de uma família chamada “Violas” e que se dividia em dois grupos: violas de braço e violas de perna, o contrabaixo é hoje o herdeiro maior e de som mais grave deste segundo grupo. Porém, o caminho que foi percorrido para se chegar até a ele nem sempre é fácil e seguro de ser traçado. Por volta do ano 1200, o nome Gige era usado para denominar tanto a rabeca (instrumento de origem árabe com formato parecido com o alaúde) como o “Guitar-fiddle” (espécie de violão com formato parecido com o do violino).
Na Alemanha, naquela época, quase todos os instrumentos tocados com arco eram chamados pelo nome de Gige. Havia o pequeno Gige e o grande Gige. A música que era executada nesta época era bastante simples. As composições situavam-se dentro de um registro bastante limitado e, no que tange a harmonia, as partes restringiam-se a dois ou três vozes. Era muito comuns instrumentos e vozes dobrarem as partes em uníssono.
Com o desenvolvimento de novos estudos harmônicos, o número de partes foi se expandindo para quatro. Em 1450, aproximadamente, começou-se a usar o registro de baixo, que até então não era considerado. Com esta nova tendência para os registros mais graves, os músicos precisavam de instrumentos especiais capazes de reproduzir ou fazer soar as partes desta região. A solução encontrada pelos construtores na época (luthiers) foi simplesmente reconstruir os instrumentos existentes, só que em escala maior, aumentando-lhe o tamanho, mas sem trocar a forma ou a construção desses novos instrumentos.
Verificamos aí que a evolução técnica e artística de um instrumento qualquer estão imprescindivelmente ligada à história da música. Assim, a evolução no número de partes da harmonia trouxe a necessidade de se criar outros instrumentos que desempenhassem satisfatoriamente aquela nova função.
Muitas pedras rolaram até que um instrumento que reunisse as qualidades necessárias para a reprodução dos graves surgisse do meio de muitas tentativas.
Historiadores narram que no ano de 1493 alguns músicos espanhóis, ao visitarem a Itália, ficaram maravilhados ao verem violas tão grandes.
Na Itália, as violas tinham três tamanhos: a viola da gamba aguda, a tenor e a viola baixa. No fim do século XVI, a família chegou ao número de seis membros com a adição do pequeno baixo da Gamba, grande baixo da Gamba e Sub-Baixo da Gamba.
Houve uma considerável experimentação com relação às violas. Algumas chegaram a ter corpos de tamanhos fantásticos, umas outras com vários formatos e tamanhos.  O ancestral mais próximo do Contrabaixo foi o Violone. Esse nome que é freqüentemente encontrado referindo-se ao contrabaixo, originalmente aplicava-se a qualquer dos instrumentos da família das violas, fosse ele grande ou pequeno. No início do século XVII, o Violone tornou-se o nome que designava o maior de todos: a Viola Contrabaixo. Durante mito tempo, assim ele foi chamado e somente após a segunda metade do século XVIII o nome do contrabaixo separou-se do violone.
O famoso compositor J.S. Bach sofreu muito na época por causa da insuficiência dos contrabaixistas do seu tempo. De acordo com registros históricos, até o ano de 1730 não foi encontrada nenhuma referência do instrumento já atuando em Orquestras. A partir da Segunda metade do século XVIII, com sua estrutura praticamente definida, o contrabaixo passou a integrar as mais diferentes formações musicais, como orquestras, Big Bands e pequenos grupos de jazz (ragtime, dixland, Swing, Blues etc…). No final dos anos 40, a amplificação já desempenhava um papel dominante na música popular americana. Amplificadores, PAS, captadores e a guitarra Fender Telecaster eram os elementos principais de uma tendência rumo à música em um volume mais alto.                      
                                
Alguns contrabaixistas – limitados a enormes baixos acústicos – instalaram captadores, usando amplificadores adaptados para esse fim. Outros seguiam o exemplo de Les Paul, ou seja, tocando seqüências de baixos nos bordões das guitarras elétricas. No início dos anos 50, Clarence Leo Fender, perito em eletrônica de rádios e criador da guitarra elétrica que levava seu nome, observou que o contrabaixo acústico apresentava alguns inconvenientes para pequenas formações musicais, como seu tamanho e a sua baixa sonoridade (em comparação com a guitarra elétrica), o que obrigava os contrabaixistas da época a colocarem microfones para uma maior amplificação do instrumento.
Sob este prisma, Leo Fender, em 1951, construiu o primeiro contrabaixo elétrico da história, usado pela primeira vez na banda de Bob Guildemann (blues e rock) tendo como nome à designação Precision Bass.
O legado Fender
Depois de haver inventado, literalmente, a guitarra elétrica com corpo sólido em sua oficina de rádio em 1947, Clarence Leo Fender com seu pequeno time de auxiliares começou a conceber, na primeira metade de 1949, um instrumento entre a guitarra elétrica e o grande contrabaixo acústico utilizado desde então por todos os músicos da época. Não somente Fender como todos os demais baixistas da época achavam o baixo acústico, além de grande e incômodo (em caso de transporte), deficiente em nível de expansão sonora (apesar de tentativa de amplificar seu sinal mediante a utilização de microfones e captadores “especiais”, os resultados obtidos eram sofríveis…).
                                                        
Leo, além de um profissional extremamente competente, estava sempre em contato com músicos na época, integrando-se, portanto, a suas necessidades, entre as quais, a construção de um instrumento que pudesse substituir o acústico gerando ainda uma maior expansão sonora. Leo Fender: – “O primeiro corpo sólido destinado a ser um instrumento musical foi construído em 1943. Nesta época, eu tinha a patente dos sistemas de captadores. Sendo assim, neste período, eu não estava particularmente interessado em sons musicais e sim em captadores! A amplificação de qualquer sinal me fascinava!… O baixo fender foi o próximo passo da evolução após a guitarra elétrica.
Foi uma idéia que se tornou uma obsessão, nesta época, não existiam cordas de contrabaixo ainda. Sendo assim, nos utilizamos cordas específicas para o contrabaixo acústico. Tivemos que cortá-las e adaptá-las em nosso projeto. Revestimos as cordas em uma fina liga de aço permitindo assim que o sinal fosse magnetizado pelo imã do sistema de captadores que tínhamos inventado. Mais tarde, iniciamos a fabricação de cordas específicas para nosso novo instrumento…” •…”O principal objetivo de iniciarmos este projeto foi comodidade! – Queríamos um instrumento que o contrabaixista pudesse obter uma maior sonoridade, que fosse confortável de ser tocado e que coubesse no porta-malas de um carro!… Muitos amigos nossos diziam na época:…” Leo está completamente louco… Ele nunca vai conseguir vender isto. Mas eu tinha uma visão… Estes músicos precisavam de um novo instrumento…E eu iria fazê-lo!…”.
O primeiro modelo foi construído no final dos anos 50. Muitos dos músicos quiseram experimentar o primeiro protótipo. Todos tocavam guitarra e não conseguiram entender como executar este estranho instrumento. Um fato curioso também era que os guitarristas, acostumados com a técnica de execução de seu instrumento, não tinham a mínima idéia de como criar “moldes rítmicos” no contrabaixo elétrico, uma vez que todos nunca “ouviram”, com a devida atenção as estruturas rítmicas criadas nas músicas executadas no período. Não se esqueçam: todos eram guitarristas. Muitos dos baixistas acústicos da época solenemente desprezaram o novo instrumento alegando dificuldade de execução, bem como uma “sonoridade falsa” em comparação ao grande acústico.
As cordas eram afinadas de acordo com os moldes atuais, ou seja, E A D G.  Assim sendo, quando se iniciaram as primeiras incursões do novo instrumento dentro do cenário artístico mundial, ele se limitava simplesmente a repetir o que a guitarra tocava, somente uma oitava abaixo. O grande trunfo deste novo instrumento era, além do tamanho e maior qualidade sonora resultante, o fato de ter um braço mais curto que o similar acústico, além de possuir trastes, o que facilitava sobremaneira a execução do mesmo. Foi desta forma que Leo Fender, em uma chuvosa tarde de dezembro de 1951 batizou seu novo invento:… Sim, um instrumento que seja diferente do acústico. Que possua trastes para uma execução “precisa”… É isto mesmo: Um “Precision Bass”. O resto é história…
Comparado à guitarra, o sentido é inverso: enquanto muitos guitarristas promovem um revival de modelos de 30 anos atrás, os baixistas justamente agora começam a explorar o instrumento de maneira mais ampla e em todos os sentidos, como novas formas de técnicas de execução, em amplificação, na construção de modelos mais avançados e com novos recursos (5, 6, 7, 8, 10,12 e 16 cordas!), bem como no uso de efeitos para incrementar o som do instrumento. E, apesar de todo o progresso, parece que ainda há muito a ser feito!
A transformação do contrabaixo acompanhou a eletrificação das guitarras. Não se poderia eletrificar o baixo acústico, por sua própria mecânica, seu tamanho, sua técnica e dificuldade de transporte. Então, a partir dos anos 50 foram surgindo os modelos elétricos parecidos com os atuais. Foi nos anos 50 que surgiram dois dos modelos clássicos de maior sucesso e muito procurado até hoje: Fender Precision e Jazz Bass. Outras marcas famosas na época eram os Rickenbacker, Hofner, Ephiphone, Gretsche e Gibson; nomes que atravessaram as décadas seguintes, chegando até hoje com razoável sucesso. A marca registrada destes instrumentos é a construção cuidadosa, pesada e forte, propiciando a esses instrumentos um som característico e que marcou época. São instrumentos que refletem muita bem a evolução de muitos estilos ligados a eles. E, por isso, possuem um preciosismo procurado por muitos músicos.
Fundamental na evolução do instrumento foi que, em algum ponto da década de 70, luthiers americanos começaram importantes inovações na construção dos baixos elétricos como a introdução de novos tipos de captadores (eletrônica ativa) desenvolvidos pela Alembic e utilizados por músicos como Stanley Clarke, Larry Grahan e Alphonso Johnson.
Chegamos à era dos instrumentos mais leves, de design arrojado, com construção mais elaborada (na escolha de madeiras e ferragens) e com a parte elétrica bem mais sofisticada, sendo que esta tendência até hoje é uma constante na fabricação dos instrumentos atuais.
Marcas como Ibanez, Yamaha, Steinberger, Aria Pro, Fodera e Zon passaram então a dominar a cena mundial de contrabaixos elétricos.  É óbvio que o contrabaixo sofreu algumas modificações ao longo deste tempo todo, sendo as mais importantes os instrumentos construídos em modulus grafite e fibra de vidro desenvolvida por Ned Steinberger.
Contudo, desde o Precision, a maioria dos baixos quase não tem sofrido modificações eletrônicas que aprimorem o pioneiro trabalho de Leo Fender. Enquanto os amplificadores se tornavam mais eficientes e a invenção de Fender se difundia entre os músicos, o som do Precision, grave e pesado, passou a não corresponder totalmente para alguns contrabaixistas da época; – “Faltam agudos ao Precision” – diziam.
Assim, o próximo passo lógico na evolução do contrabaixo elétrico foi oferecer uma maior resposta às freqüências altas. Dois novos modelos surgiram: o primeiro foi Fender Jazz Bass, que nasceu em 1960. O segundo foi o Rickenbacker 4001, lançado logo depois.  Ambos utilizavam dois captadores em vez de um só, e a idéia era dar ao baixista a opção de criar o seu próprio timbre através da mistura dos dois captadores (um para os graves, outro para os agudos). Não por coincidência, o Jazz Bass e os 4001 possuíam braços mais estreitos que o Precision Bass.
Mas nem o Fender Jazz, nem o Rickenbacker 4001 agradaram completamente. Mesmo não possuindo uma boa resposta para as freqüências altas, oPrecision, pelo menos, tinha um som contínuo e encorpado.
Os baixos com captadores duplos, por contraste, soavam ricos em todas as freqüências, mas tendiam para certa falta de característica e de peso nos timbres médios. Muitos baixistas, entretanto, tiraram proveito desse som, com destaque para Larry Graham (Sly & the Family Stone) e seus “slap’s” com o Jazz Bass e Chris Squire (Yes) com o seu Rickenbacker. Quando a Companhia Alembic começou a construir guitarras e contrabaixos em 1968, seus engenheiros empregaram circuitos ativos que selecionavam ou filtravam certas freqüências antes do sinal partir para o amplificador.
Em meados dos anos 70, as pirotecnias de Stanley Clarke, com seu baixo Alembic, causaram sensação entre os baixistas da época, consolidando a utilização dos circuitos ativos em todo o mundo.
Depois de vender a sua companhia para a CBS, Leo Fender ajudou a desenvolver, no começo da década de 70, outra lenda: o contrabaixo Music Man. Mais tarde, Leo Fender fundou a G &L, cuja estrela da linha de baixos com circuitos ativos foi o interceptor, cheio de graves e bem educado agudos.
Contrabaixos com circuito ativo não necessitam ter mais botões do que o amplificador, mas às vezes as fábricas ficam mais interessadas no visual do que propriamente no aspecto funcional do instrumento. Mas tudo não passa de tentativas de refinar o conceito do baixo elétrico, isto é, do pioneiro Precision. Basta folhearmos qualquer revista estrangeira de música para depararmos com toda sorte de coisas. Dos ousados Steinberger ao Clevinger, um baixo de braço duplo. Também poderemos nos deparar com baixos de 8 cordas. Este instrumento, que possui mais 4 cordas afinadas 2 oitavas acima da afinação normal, foi fabricado em 1963. No entanto, não foi aceito pelos contrabaixistas da época, em virtude de seu peso excessivo, problemas de afinação e braço muito grosso.
Alguns modelos surgiram com razoável aceitação, como os instrumentos fabricados pela B.C. Rich, com um desenho contemporâneo e um braço inteiriço que atravessa o corpo. Outros bons baixos de oito cordas são os fabricados pela Hammer e Kramer. Um novo salto da evolução surgiu com os contrabaixos Kubicki Ex Factor, fabricados por Philip Kubicki em Santa Bárbara, Califórnia. Seu projeto custou 18 meses de trabalho e tudo foi pensado ergometricamente: peso total, centro de gravidade, desenho do corpo, enfim – tudo foi planejado para proporcionar maior comodidade ao contrabaixista. Os circuitos eletrônicos do Ex Factor possuem sete funções separadas, controladas por dois botões e um seletor rotatório. Um outro fator interessante de sua construção é os dois trastes adicionais na corda E (Mi bemol e Ré), abrindo, na época, nova fronteira para os músicos.
O Kubicki Ex Factor pode ser ouvido e admirado nos trabalhos em vídeo do contrabaixista Stuart Hamm, onde são obtidas grandes variedades de sonoridades e timbres, mediante a utilização das técnicas de Slap e Tapping.
Em 1982, através do visionário Joe Zoon, foi criada a Zoon Guitars and Bass. Atualmente, o modelo “State of the Art” é o Zoon Hyperbass fretless, desenvolvido para ser utilizado pelo maior contrabaixista da atualidade: Michael Manring.
Este instrumento excepcional possui dispositivos Hipshot em cada tarracha para reafinação instantânea em qualquer tom, ponte com microafinação em dois níveis de ajuste para até dois tons, além de saída estérea com plug de oito pinos (dois para cada corda) e braço inteiriço feito em grafite e fibra de carbono (não existem tensores – este tipo de braço não sofre oscilações como os demais instrumentos).
Não vamos abordar o modernismo por aqui. Afinal o importante é atestar a trajetória vitoriosa dos contrabaixos na sua essência.
fonte:  Esta matéria foi extraída em parte do livro “The Bass Book – A complete illustrated history off bass guitar’s” – Tony Bacon & Barry Moorhouse, GPI Books Miloler Freeman Inc.